Rendeiras de bilro, patrimônio cultural quase perdido de Vila Velha
No texto acima, somos apresentados ao ressurgimento da arte do entrelaçamento de rendas em almofadas usando bobinas de madeira, alfinetes e fios. Essa tradição cultural quase desapareceu, mas foi mantida viva por mulheres mais velhas, sob a liderança da mestra Dona Rosinha. No entanto, com o avanço da indústria têxtil, essa nobre arte estava em risco de ser esquecida.
Felizmente, desde 2016, o Grupo Barra da Renda liderado pela arquiteta Regina Maria Ruschi está revivendo e revitalizando os rendeiros por meio de cursos e oficinas. Esse grupo já conta com mais de 60 rendeiros e tem recebido reconhecimento municipal e estadual como patrimônio cultural quase perdido.
A prática do entrelaçamento de rendas com bobina é originária da Europa e chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses. Era bastante comum no passado no Espírito Santo, especialmente nas regiões de Barra do Jucu, Guarapari, Conceição da Barra, São Mateus e Colatina. Documentos antigos datados há mais de um século mostram os rendeiros nessas localidades.
Um ditado popular nos lembra que “onde há renda, há uma rede“. Nas comunidades pesqueiras capixabas, enquanto os homens se dedicavam à pesca, as mulheres teciam rendas para contribuir com o sustento das famílias. Hoje em dia, mestres idosos têm transmitido essa forma única de arte para mulheres jovens e até mesmo crianças, resultando em um renascimento cultural.
A arte da renda com bobina alcançou novos patamares ao ser tema do “Projeto de Extensão Design Joia – Ufes” e do workshop participativo realizado pelo laboratório “LabDesignJoia” em parceria com os rendeiros do Grupo Barra da Renda. Estudantes, profissionais de design, comunicação e marketing, e indústria joalheira também participaram desse evento.
O objetivo do workshop era explorar as possibilidades de desenvolver joias inspiradas na renda com bobina para promover seu valor cultural, produção local, inclusão social, geração de renda, sustentabilidade e identidade territorial. O projeto foi coordenado pelo professor Marcos Antonio Spinassé.
Uma conquista importante para os rendeiros de Vila Velha foi a aprovação da Lei nº 6.646 pelo Conselho Municipal em maio de 2022. Essa lei estabelece o “Dia Municipal do Rendeiro“, que será celebrado anualmente no dia 20 de julho em homenagem ao aniversário da mestra Dona Rosinha.
As celebrações ocorrerão na Praça João Valadares em Barra do Jucu e contará com a participação dos rendeiros em um círculo tradicional, exposição de produtos com renda com bobina, barracas com gastronomia local e música típica, especialmente dos tambores e casacas das bandas de conga. Este evento representa uma oportunidade emocionante para testemunhar essas mulheres preservando a história capixaba em um local histórico rico e um centro cultural importante.
Em resumo, o ressurgimento da arte do entrelaçamento de rendas em almofadas utilizando bobinas de madeira, alfinetes e fios vem sendo mantido vivo por meio do Grupo Barra da Renda. Esse grupo tem trabalhado para revitalizar os rendeiros por meio de cursos e oficinas, além de receber reconhecimento como patrimônio cultural. Essa tradição, originária da Europa e trazida ao Brasil pelos portugueses, teve um papel importante nas comunidades pesqueiras capixabas. Agora, está sendo transmitida para gerações mais jovens e também foi tema de um projeto universitário que buscou promover o valor cultural dessa prática. Além disso, os rendeiros de Vila Velha têm seu próprio dia municipal dedicado a eles e suas contribuições estão sendo celebradas em eventos públicos.
Resumo da Notícia |
---|
O ressurgimento da arte do entrelaçamento de rendas em almofadas utilizando bobinas de madeira, alfinetes e fios vem sendo mantido vivo pelo Grupo Barra da Renda. |
O Grupo Barra da Renda tem trabalhado para revitalizar os rendeiros por meio de cursos e oficinas, além de receber reconhecimento como patrimônio cultural. |
A tradição da renda com bobina, originária da Europa e trazida ao Brasil pelos portugueses, teve um papel importante nas comunidades pesqueiras capixabas. |
A prática está sendo transmitida para gerações mais jovens e também foi tema de um projeto universitário que buscou promover o valor cultural dessa prática. |
Os rendeiros de Vila Velha têm seu próprio dia municipal dedicado a eles e suas contribuições estão sendo celebradas em eventos públicos. |
Com informações do site A Gazeta ES.