Prefeituras, hospitais e 35 empresas compraram papel irregular no ES
Nesta segunda-feira (25), a empresa Virgempel, sediada em Cariacica, foi alvo de uma operação policial. O proprietário compareceu à polícia e alegou ocorrências ocasionais na produção da fábrica.
Centros de saúde, municípios e pelo menos 35 empresas na região metropolitana de Vitória adquiriram papel higiênico de uma empresa suspeita de comercializar produtos ilegais com quantidade inferior à indicada nas embalagens. A marca suspeita é a Virgempel, que também vende toalhas de papel.
Durante a operação policial, foram realizadas duas buscas e apreensões em Viana e Cariacica. Além disso, duas lojas em Vila Velha que revendiam o produto ilegal para consumidores foram inspecionadas. As investigações contaram com o apoio do Procon-ES (Agência de Proteção ao Consumidor) e do Instituto de Pesos e Medidas do Estado (IPEM-ES).
Eduardo Passamani, chefe da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, informou que as suspeitas surgiram dentro do Departamento Estadual de Saúde (Sesa) após um funcionário observar que os papéis estavam se esgotando mais rapidamente do que o esperado. Denúncias foram feitas às autoridades competentes.
Foi descoberto que os produtos eram vendidos tanto diretamente aos consumidores como para órgãos públicos por meio de uma empresa vencedora de uma licitação. Os pacotes que prometiam 300 metros de papel higiênico entregavam menos da metade do indicado pelo delegado.
“Recebemos denúncias tanto de órgãos públicos quanto do Procon, várias pessoas reclamaram. Com base nas descobertas preliminares, solicitamos autorização ao tribunal e cumprimos dois mandados de busca e apreensão: um na sede do fabricante e outro na sede do vendedor dos produtos destinados aos órgãos estaduais”, detalhou Passamani.
Setores adicionais também foram impactados pela venda ilegal desses produtos, incluindo centros de saúde, entidades federais e 15 municípios em Espírito Santo. No entanto, não foram reveladas mais informações sobre o assunto. As investigações revelaram que a Virgempel está operando no mercado capixaba desde 2001.
“No estabelecimento fabril, foi realizada uma análise preliminar pelo IPEM. Algumas amostras estavam em conformidade com as normas, enquanto outras não. O material foi apreendido e o IPEM conduzirá uma análise adicional para determinar a responsabilidade de cada parte”, enfatizou o delegado.
Apresentação do proprietário
Segundo Passamani, o proprietário da empresa não foi encontrado durante a operação, mas se apresentou à delegacia pouco depois. Ele está sendo investigado por crimes contra as relações de consumo, fraude e manipulação de licitações, que podem resultar em penas variando de dois a oito anos de prisão. O nome do suspeito não foi divulgado.
“Temos registros de que o proprietário ordenou a diminuição da quantidade para clientes específicos. Testemunhamos em primeira mão como isso funcionava no sistema de máquinas do Vandinho Leite”, disse Vandinho Leite, presidente da Comissão de Proteção ao Consumidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES).
Durante depoimento à polícia, o empresário justificou que houve um erro de produção no dia em que as irregularidades foram descobertas e ofereceu-se para reembolsar os consumidores afetados.
Quanto à empresa intermediária entre o estado e a Virgempel, o delegado Passamani ressaltou que ainda não é possível atribuir crimes a ela.
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Relatório: Desarticulação de um esquema ilegal envolvendo municípios, centros de saúde e 35 empresas na compra de papel higiênico em Espírito Santo | Nesta segunda-feira (25), a empresa Virgempel, sediada em Cariacica, foi alvo de uma operação policial. Centros de saúde, municípios e empresas adquiriram papel higiênico de uma empresa suspeita de comercializar produtos ilegais com quantidade inferior à indicada nas embalagens. Foram realizadas buscas e apreensões em Viana e Cariacica, além de inspeções em lojas que revendiam o produto ilegal. As investigações contaram com o apoio do Procon-ES e do IPEM-ES. O proprietário da empresa está sendo investigado por crimes contra as relações de consumo, fraude e manipulação de licitações. |
Com informações do site A Gazeta ES.