O Ferrovia Centro-Atlântica: um legado histórico abandonado no Espírito Santo
O Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) é uma importante linha ferroviária que atravessa 11 municípios no estado do Espírito Santo, tendo sua história iniciada no final do século XIX. A primeira parte da ferrovia foi construída entre Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e Cachoeiro de Itapemirim, ao sul do Espírito Santo, com o objetivo de transportar a produção de café para o Porto de Vitória.
Inicialmente, as seções da ferrovia foram iniciadas por empresas públicas, mas posteriormente foram adquiridas e concluídas pela Leopoldina Railway, uma empresa inglesa que assumiu o controle das ferrovias. Em 1950, a ferrovia foi incorporada à Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e permaneceu sob responsabilidade federal até a implementação do Programa Nacional de Privatização em 1992.
Quatro anos depois, a ferrovia foi concedida a empresas privadas por um período de 30 anos e recebeu o nome atual de Ferrovia Centro-Atlântica. Além do Espírito Santo, essa importante rota passa por outros estados brasileiros como Minas Gerais, Sergipe, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.
No território capixaba, o trecho da FCA é administrado pela VLI (Valor da Logística Integrada), mas infelizmente a empresa não demonstra mais interesse em utilizar as linhas devido à inviabilidade econômica. Isso tem resultado em problemas como deterioração dos vagões e crescimento excessivo da vegetação sobre os trilhos em localidades como Viana, por exemplo.
Com exceção das estações mantidas pelas administrações municipais e algumas iniciativas isoladas para manter os trilhos, a FCA no Espírito Santo reflete um estado de abandono. Uma exceção é a parada do trem em Viana, preservada até hoje. Nas demais cidades da região, a situação é de falta de cuidado e conservação.
No entanto, na Região Serrana do Espírito Santo, a ferrovia ainda mantém uma rota cercada pela Mata Atlântica que, por muito tempo, foi um atrativo tanto para passageiros como para o projeto turístico Trem das Montanhas. O bom estado dessa porção da linha férrea se deve à manutenção realizada pelas administrações municipais.
O percurso da ferrovia no sul do Espírito Santo marca uma região que já experimentou crescimento econômico graças à ferrovia, mas agora lamenta seu abandono. As memórias dos moradores e antigos trabalhadores ferroviários carregam consigo vestígios de uma era economicamente ativa e próspera.
Apesar dos desafios enfrentados pela Ferrovia Centro-Atlântica no Espírito Santo, é importante destacar sua importância histórica e potencial econômico. Restaurar essa ferrovia poderia trazer benefícios significativos para a região em termos de transporte de cargas e até mesmo turismo. A preservação desse patrimônio é crucial para manter viva a memória coletiva e promover o desenvolvimento sustentável.
Notícia |
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A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) atravessa 11 municípios no Espírito Santo |
Construída no final do século XIX para transportar café |
Foi adquirida pela Leopoldina Railway e incorporada à RFFSA |
Privatizada em 1992 e concedida à VLI por 30 anos |
Trecho no Espírito Santo está abandonado e com problemas de conservação |
Região Serrana mantém rota preservada e utilizada para turismo |
Restaurar a ferrovia pode trazer benefícios econômicos e turísticos |
Com informações do site A Gazeta ES.