Conferência da Saúde resgata a construção coletiva de políticas públicas
No dia 3 de segunda-feira, ocorreu uma sessão plenária com o tema “Garantir direitos e defender o Sistema Único de Saúde (SUS)”.
No Brasil, após um período de desmantelamento do SUS e a adoção de políticas negacionistas na área da saúde, uma nova fase está sendo vivenciada, com maior participação popular e construção coletiva de políticas públicas no setor. A 17ª Conferência Nacional de Saúde, que acontece até quarta-feira em Brasília, é resultado da mobilização de mais de dois milhões de pessoas em todos os estados brasileiros. No evento, mais de quatro mil participantes estão fortalecendo a defesa do SUS e do financiamento público da saúde no país.
A representante Alice Portugal (PCdoB-BA) destacou a característica do retorno do Brasil à saúde nesse evento. Segundo ela, essa representatividade é uma resposta à energia reprimida e à necessidade de restaurar os programas de saúde e as políticas públicas interrompidas pelo governo Bolsonaro em detrimento da nação brasileira.
Durante a conferência, foram debatidos diversos pontos importantes, incluindo a defesa da expansão do financiamento público da saúde para 6% do Produto Interno Bruto (PIB), o fortalecimento da atenção primária à saúde, o valorização do trabalho através do pagamento de salário mínimo para enfermagem e outros trabalhadores, além do desenvolvimento do complexo socioeconômico da indústria da saúde.
Ronald Ferreira, farmacêutico e membro da comissão nacional de mobilização, ressaltou que esse evento demonstra um enorme atraso na escuta da população por meio de mecanismos democráticos. Segundo ele, a conferência conta com a representação de todos os estados e delegações com um forte desejo de apontar caminhos e soluções para superar o sofrimento do povo brasileiro, traumatizado pela Covid-19.
Porém, é importante destacar que o SUS sempre esteve sob ataque. Neio Lúcio Pereira, diretor de um hospital na cidade de Vila Velha (ES), lembrou que o sistema é resultado de uma luta democrática. Ele também ressaltou que houve avanços nos governos anteriores, mas o projeto do governo que saiu tinha como objetivo extinguir o SUS. A pandemia acabou sendo crucial para a sobrevivência do sistema de saúde no país, já que sem ele seria impossível atender à população.
Dessa forma, a 17ª Conferência Nacional de Saúde se torna um momento importante de resistência e afirmação constante. É uma oportunidade para avançar e manter um sistema de saúde universal, reconhecido como um dos maiores do mundo. A mobilização dos participantes reforça a importância do SUS e do financiamento público da saúde para garantir os direitos e a proteção da população brasileira.
Data | Tema | Destaque |
---|---|---|
3 de segunda-feira | Sessão plenária: “Garantir direitos e defender o SUS” | Retorno do Brasil à saúde |
17ª Conferência Nacional de Saúde | Mobilização de mais de dois milhões de pessoas | Fortalecimento da defesa do SUS e do financiamento público da saúde |
Debates | – Expansão do financiamento público da saúde para 6% do PIB – Fortalecimento da atenção primária à saúde – Valorização do trabalho com pagamento de salário mínimo para enfermagem e outros trabalhadores – Desenvolvimento do complexo socioeconômico da indústria da saúde |
Apontar caminhos e soluções para superar o sofrimento do povo brasileiro |
Neio Lúcio Pereira | Ataques ao SUS e luta pela sua sobrevivência | Pandemia como crucial para a manutenção do sistema de saúde |
17ª Conferência Nacional de Saúde | Resistência e afirmação constante | Importância do SUS e do financiamento público da saúde para a proteção da população brasileira |
Com informações do site Portal Vermelho.