Em 10 anos, ES registra 128 casos de suicídio entre crianças e adolescentes
Nos últimos dez anos, o estado do Espírito Santo registrou 128 casos de suicídio entre crianças e adolescentes. Esses números alarmantes revelam uma triste realidade que tem assolado o país, com quase 10.000 vidas perdidas para a autodestruição nessa faixa etária, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.
A preocupação com a saúde mental dos jovens é crescente. Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico para a Prevenção e Confronto de Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), destaca a importância de se falar sobre os sinais apresentados por esses jovens. O isolamento progressivo e a perda de interesse em atividades antes apreciadas são alguns dos sinais de alerta que devem ser levados a sério.
Fatores como pressão acadêmica e falta de diálogo familiar contribuem para o problema. A intensa pressão exercida pelos pais e responsáveis, focada em resultados acadêmicos e sucesso futuro, pode levar as crianças a se sentirem negligenciadas em suas necessidades emocionais. Além disso, a falta de diálogo e momentos significativos entre pais e filhos nas rotinas diárias enfraquece os laços familiares, dificultando o reconhecimento dos sinais de alerta.
A subnotificação de tentativas de suicídio é um problema frequente. Muitas vezes, os pais só descobrem o desejo de seus filhos de desistir da vida após uma tentativa já ter sido feita. É fundamental levar todas as tentativas a sério e investigar cada caso, para evitar futuras tragédias, ressalta Luci Pfeiffer.
É necessário oferecer apoio profissional e conscientizar sobre os sinais de alerta. Quando identificados sinais como queda no desempenho escolar, afastamento da família e amigos e perda de interesse em atividades antes apreciadas, os pais devem ouvir atentamente seus filhos e buscar ajuda profissional. A avaliação por um pediatra, juntamente com especialistas em saúde mental e outros profissionais multidisciplinares, é essencial.
Oferecer apoio à família como um todo também é fundamental. O suporte psiquiátrico, envolvendo psiquiatras, pediatras e psicólogos, desempenha um papel importante nesse processo delicado.
É preciso promover conscientização e recursos adequados para prevenir mais perdas irreparáveis. Somente através do diálogo aberto e do cuidado compassivo será possível ajudar nossas crianças e adolescentes a encontrar o caminho da esperança e da superação.
Notícia | Dados Importantes |
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Número de suicídios entre crianças e jovens de 10 a 19 anos nos últimos dez anos no Brasil | Quase 10.000 vidas perdidas para a autodestruição |
Número de casos de suicídio nessa faixa etária no estado do Espírito Santo | 128 casos registrados |
Sinais de alerta apresentados por crianças e adolescentes | Isolamento progressivo, perda de interesse em atividades e metas, queda no desempenho escolar |
Principais fatores contribuintes para o aumento de suicídios nessa faixa etária | Pressão exercida pelos pais e responsáveis, falta de diálogo e momentos significativos entre pais e filhos |
Importância de levar todas as tentativas de suicídio a sério | Investigar cada caso para evitar futuras tragédias |
Ações a serem tomadas pelos pais ao identificar sinais de alerta nos filhos | Ouvir atentamente, buscar ajuda profissional e oferecer apoio à família |
Importância do suporte psiquiátrico e de profissionais multidisciplinares | Essencial no processo de avaliação e tratamento |
Necessidade de conscientização e recursos adequados para prevenir mais perdas irreparáveis | Diálogo aberto e cuidado compassivo são fundamentais |
Com informações do site Folha Vitória.